18 de mar. de 2009

1º Festival Internacional de Literatura de Campinas (Filc) será realizado em abril

Fonte: site da Prefeitura Municipal de Campinas
Autor: Ingrid Vogl

Resgatar o hábito da leitura entre pessoas de todas as idades. Com este objetivo está sendo criado o 1º Festival Internacional de Leitura de Campinas (Filc), que acontece de 18 a 26 de abril na Estação Guanabara com grandes nomes do mundo literário nacional e internacional e entrada gratuita para o público campineiro e da região.

Polo tecnológico e de pesquisa, com a criação do Filc, Campinas agora tem como desafio também se destacar na área da literatura, e pretende fazer isso com muita competência, prazer e envolvimento da população, por meio da parceria entre Prefeitura e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) que realizarão o evento.

"Montado nos moldes da Festa Literária Internacional de Parati (Flip), o Festival Internacional de Leitura de Campinas não é um evento somente para a venda de livros. Ele terá mesas literárias e encontro com autores de diversas áreas", explicou a coordenadora do evento pela Administração municipal, Renata Sunega.

Estrutura

A Estação Guanabara foi escolhida apara acolher o evento. No local, atualmente funciona o Centro Cultural de Inclusão e Integração Social (CIS), mantido pela Unicamp. O Festival contará com 50 estandes de editoras, além de espaço para apresentações musicais, de cinema e de teatro para todas as idades. Tendas temáticas de gastronomia e infantil também farão parte da programação, que começará todos os dias às 10h e se estenderá até a noite.

A curadoria das mesas literárias durante os nove dias de Festival estará sob responsabilidade dos professores doutores Alcir Pécora, Jorge Coli, Carlos Alberto Vogt e Pedro Paulo Funari. São esperados cerca de 140 mil visitantes durante os dias do evento.

Conforme Renata Sunega, a programação ainda está sendo fechada, mas alguns nomes já estão confirmados, como o de José Mario Pereira, Alcino Leite Neto, Paulo Franchetti, André Zarankin, João Ângelo de Oliva Neto, Augusto Massi e os convidados internacionais, Richard Hingley (Inglaterra), Jean-François Barrielle (França) e Juan Lo Bianco (Argentina).

O Filc já tem um endereço na Internet: www.filc.com.br, e um blog será disponibilizado a partir desta quinta-feira, dia 19 de fevereiro, no site para quem quiser acompanhar as novidades do Festival.


Resgate

Na opinião do coordenador do Filc pela Unicamp e pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários da instituição, Mohamed Habib, a universidade não deve apenas se preocupar com a formação e a pesquisa, mas também deve atuar socialmente e enfrentar os desafios da sociedade em parceria com órgãos como a Prefeitura.

"Hoje o mundo passa por crises financeiras, de valores, social, econômica e também de informação, pois a criança, o jovem e o adolescente atualmente estão muito ligados à tela da TV e do computador, e com isso, os livros perderam valor principalmente para esse segmento. Com esse Festival, queremos justamente trabalhar para fazer da leitura um hábito de inclusão, que motiva a criatividade, a imaginação, nossos sonhos. Vamos em busca do resgate do hábito da leitura do texto escrito, que está presente em nossa história há mais de 3 mil anos. O Festival é a ponta para a popularização da leitura de forma permanente em Campinas e região", disse Mohamed Habib.

Para o coordenador, as escolas precisam investir e resgatar a importância das bibliotecas, para que os alunos tenham estímulo e com isso, nomes de nossa literatura sejam recuperados e conhecidos pelos leitores, como é o caso de Monteiro Lobato (1822-1948), que neste primeiro ano, será o homenageado do Festival, já que o dia da abertura do evento é a data do aniversário do escritor, ensaísta, jornalista, crítico de arte e de literatura, só para citar algumas profissões dessa ilustre personalidade.

Biblioteca

A partir da realização do 1º Filc, será montada uma biblioteca comunitária aberta diariamente na Estação Guanabara com acervos da Unicamp e de parcerias firmadas por meio do Festival. A sociedade também terá a oportunidade de doar livros. "A biblioteca será um espaço para abrigar pessoas que queiram passar momentos agradáveis com livros da mais diversificadas áreas, para todas as idades e gostos", avaliou Mohamed Habib.

Além da biblioteca comunitária, o 1º Festival também receberá doações para a Biblioteca Infantil Monteiro Lobato, mantida pela Prefeitura. Na campanha, poderão ser doados livros infanto-juvenis, HQs e brinquedos educativos. Atualmente, a Biblioteca possui um acervo de 4.382 livros, 1.277 fascículos de gibis e 337 brinquedos educativos.

Durante o Festival também será implantada a Gibiteca Digital de Campinas, que posteriormente será disponibilizada na Biblioteca Municipal Manoel Zink.

Para as próximas edições do Filc, a coordenação pretende lançar prêmios para diferentes faixas etárias que estimulem a escrita e a leitura. "A ideia é que nos próximos eventos, os candidatos elaborem e apresentem textos diversos", afirmou o coordenador da Unicamp. Uma ótima oportunidade para a população participar e soltar a imaginação em mundos possíveis da literatura.


Mais informações: http://www.filc.com.br/

Poiesis mapeia pontos de poesia na Grande São Paulo

Fonte: Jornal Gazeta Mercantil - 13/03/2009


Quando o poeta Frederico Barbosa, diretor da Poiesis – Organização Social de Cultura (que administra a Casa das Rosas, a Casa Guilherme de Almeida, o Museu da Língua Portuguesa e o programa São Paulo: Um Estado de Leitores), decidiu mapear os saraus poéticos na Grande São Paulo não imaginava que encontraria pela frente uma infinidade de encontros entre poetas, escritores e amantes das letras. O projeto, batizado de Pontos de Poesia, teve início em fevereiro, e já naquele mês cadastrou 28 saraus. “O Pontos de Poesia surgiu da percepção dos acontecimentos, do movimento latente desse fenômeno, da necessidade de descentralizar o foco literário espalhando suas possibilidades e riquezas em áreas carentes de literatura”, conta Frederico.

A proposta do projeto é, além de mapear os saraus na Grande São Paulo, conhecer o perfil de seus freqüentadores, seus diferentes estilos e formatações, a construção temática, a história do próprio local, rico em referências, entendendo suas etapas de formação, para que seja possível desenvolver projetos multiplicadores e iniciativas que promovam a leitura.

“O cadastramento e mapeamento é apenas a ponta do iceberg, e deverá estar devidamente concluído agora, no mês de maio. A partir de então, serão criadas diversas ações localizadas efetivando iniciativas, projetos e propostas multiplicadoras de oportunidades que possam alavancar a produção literária na Grande São Paulo, intensificando os prazeres da leitura”, explica o diretor da Poiesis.

Em princípio, o projeto contemplará os saraus que reúnem a comunidade em torno dos diferentes aspectos com os quais a literatura se estabelece: estimulo à reflexão, leitura, criação de texto e expressão oral – tudo num mesmo lugar, de forma lúdica e descompromissada - elementos que resultam na criação e no aumento da produção literária, como vem sendo constatado.

O trabalho de pesquisa está sob a coordenação do poeta e escritor Rui Mascarenhas, que trabalha como pesquisador e produtor de eventos no programa São Paulo: Um Estado de Leitores (SPEL). De trem, ônibus, carona ou a pé, Mascarenhas se desloca até os saraus e registra cada detalhe com fotos, anotando os dados importantes e gravando depoimentos.

“Primeiro pesquiso onde acontecem esses eventos, em seguida estudo a logística de aproximação e retirada; às vezes em áreas distantes e de complicado acesso, o que possibilita o enorme prazer da aventura, das novas descobertas, do encontro com o inusitado”, explica. E confidencia: “Eu acho que estou ficando viciado em saraus. Um atrás do outro, sequência ininterrupta de textos, infinitos estilos, vozes, cantos, pessoas”.

Em suas incursões poéticas, o coordenador do projeto Pontos de Poesia observa um novo movimento em prol da literatura. São os sem-letras, sem-livros e sem-voz, que reivindicam expressar suas realidades. Eles buscam as vias da inserção literária, invadem bares e botecos, que antes eram áreas de risco e perdição, e hoje compartilham o imaginário e o conhecimento.

É possível também observar o grande número de presentes nesses saraus e o intercâmbio de poetas de diferentes comunidades – a intensa reflexão proposta em torno da atual produção literária paulistana, a diversidade dos temas e estilos apresentados. Num extremo, o manifesto, a busca de uma identidade literária genuinamente periférica composta, intrinsecamente, dos elementos desse cotidiano de exclusão. Do outro, a representação romântica de um universo em crise existencial.

O projeto já registrou, entre outros, o Sarau Poesia na Brasa, em Brasilândia, com a presença de 80 jovens. Criado em julho de 2008, se manifesta como um movimento cultural de periferia para periferia, abrindo espaço para reflexão, discussão e expressão artística. “Negra, levanta para acordar o dia!”, brada Vagner “uma Rocha” Sousa, recitando em agradecido reconhecimento, uma homenagem à batalha da “mãezona” – explosão de todas as guerreiras - ali, silenciosamente orgulhosa – “bendito o fruto” - que ao lado do irmão, Sidnei das Neves, com os cuidados da Taís, organizam tamanha manifestação de congregação e luz.

No canto, ao lado dos que recitam, uma biblioteca se forma (como uma caixa de letras de músicas pedindo acompanhamento). Os livros são emprestados e renovados de sarau em sarau. A meta é atingir, pelo menos, 2.009 títulos esse ano.

Em Campo Limpo, o Sarau do Binho, mesmo em uma segunda-feira chuvosa, no dia 9 de fevereiro, reuniu mais 100 pessoas, de todas as idades. Localizado na altura do número 4.000 da Estrada de Campo Limpo, abriu às 20 horas com um filme: “Vídeolência" - 60 minutos de reflexão audiovisual proposta por quem vive a periferia”. Na cena, o cano de uma arma percorre os corredores da favela. Teve ainda o lançamento de livro “Lágrima Terra”, de Daniel Fagundes em co-autoria com André Luiz Pereira. “Inacreditável que em plena segunda feira – céu em prantos – risco de enchente, distante quebrada do Campo Limpo – estivessem reunidas tantas pessoas em busca de qualquer coisa incomum”, diz Mascarenhas.


Programação de alguns saraus que serão realizados no mês de março:


18/03, quarta, 20 h:
Sarau Cooperifa:

R. Bartolomeu dos Santos, 797. Jd São Luís. SP.
Sérgio Vaz 4139-7548 5891-7403

poetasergiovaz@hotmail.com
http://colecionadordepedras.blogspot.com/

19/03, quinta, 20 h:
Sarau Elo da Corrente
:
Bar do Cláudio Santista. R. Jurubim, 788 A
Jd. Monte Alegre – Pirituba.
http://www.elo-da-corrente.blogspot.com/
Michel/Raquel 11 3906-0348 / 6081 / 9847-2562


21/03, sábado, 20 h:
Sarau Rascunhos Poéticos:
Acontece todos os sábados.
Mezanino do rest. El Malak
*das 16:00 às 18:00 Criação
*das 20:00 às 22:00 Sarau
El Malak fica na Al Santos, 805,
http://rascunhospoeticos.blogspot.com/

26/03, quinta, 20 h:
Sarau do RAP - Poesia das Ruas:

Ritmo e Poesia. Sem música, MCs declamarão suas letras, compartilhando talento literário.
Acontece toda última quinta-feira do mês.
Ação Educativa: Rua General Jardim, 660 - Centro.
Vila Buarque. SP. Entrada: Gratuita
Capacidade de lotação: 200 pessoas

27/03, sexta, 21 h:
Sarau Sopa de Letrinhas:
Todos os estilos, Todos os poetas,
Toda última sexta do mês.
Poeta Homenageado: Birimba de Jesus
Coordenado pelos poetas Carlos Savasini, Tyta e Vlado Lima.
Rua Teodoro Sampaio, 1229 - Pinheiros(11) 3571.3730 - Preço: R$ 5,00
http://www.villaggio.com.br/

28/03, sábado, 18 h
Sarau da Camarilha:

Espaço Cultural Oficina
r. Alfredo Pujol, 381. Santana - SP
(400 mts do Metrô Santana)
3467-6160 - Preço: R$ 3,00



Sites de alguns saraus realizados na Grande São Paulo:


Maloqueiristas - http://poesiamaloqueirista.blogspot.com/

Rascunhos Poéticos - http://rascunhospoeticos.blogspot.com/

Cooperifa - http://colecionadordepedras.blogspot.com/

Povo - http://saraudopovo.blogspot.com/

Elo da Corrente - http://elo-da-corrente.blogspot.com/

Politeama - http://politeamasarau.blogspot.com/

Poesia na Brasa - http://brasasarau.blogspot.com/

Griots - http://projetogriots.blogspot.com/

Assesa - http://assesaescritores.blogspot.com/

Querô - http://saraudoquero.blogspot.com/

Cidade Poesia - http://cidadepoesia.blogspot.com/

Bar do Zé - http://espacoculturaldoze.blogspot.com/

Sopa de Letrinhas - http://www.villaggio.com.br/Home.php

4 de mar. de 2009

Literatura Feminina em voga




Mujeres-Women-Mulheres II:
Uma leitura sobre o Cotidiano para o Século XXI

Mujeres-Women-Mulheres II: Uma leitura sobre o Cotidiano para o Século XXI é a segunda edição de curso em homenagem ao Dia Internacional das Mulheres. Se na primeira edição foram apresentadas poetas mulheres contemporâneas de vários países, a segunda edição traz idéias afiadas de poetas, prosadores e críticos sobre cultura e inquietações sobre o feminino.

Informações: Quintas-feiras de março e abril de 2009
Horário: das 19h às 21h. Carga horária: 12 horas, 06 encontros
Dias 12/03, 19/03, 26/03, 2/04, 9/04 e 16/04

Biblioteca Pública Alceu Amoroso Lima
Av. Henrique Schaumann, 777, Pinheiros - São Paulo (SP).
Informações na secretaria da Biblioteca ou tel 3082-5023
Gratuito


PROGRAMA: Pretendendo trabalhar com incertezas e criar leituras possíveis sobre a força do feminino no cotidiano, os participantes serão convidados a ler e discutir textos, assim como a produzir textos curtos durante o curso (poemas, prosa, reflexões).


1º Encontro Introdução: Aula de ginástica com Susan Willis, passadinha na farmácia com Beatriz Preciado

2º Encontro Duas meninas mal-criadas: Capitu e Helena Morley

3º Encontro What's Underneath: cochichos entre Marianne Moore e Elizabeth Bishop

4º Encontro Um Diário para Alice Walker em que nós todos escrevemos

5º Encontro Como Ler a Nossa Página Sempre em Branco: apresentação e discussão de textos produzidos durante o curso pelos participantes.

6º Encontro Encerramento: Leitura e considerações finais.


BIBLIOGRAFIA
· BISHOP, Elizabeth, O Iceberg Imaginário e Outros Poemas, trad. Paulo Henriques, Companhia das Letras
· MOORE, Marianne, Poemas, trad. José Antonio Arantes, Companhia das Letras, 1991
· MORLEY, Helena, Minha Vida de Menina, Companhia das Letras
· PRECIADO, Beatriz, Testo Yonqui, Espasa
· SCHWARTZ, Roberto, Duas Meninas, Companhia das Letras
· WALKER, Alice, Vivendo Pela Palavra, Rocco
· WILLIS, Susan, Cotidiano Para Começo de Conversa, Graal Editora